Por João Messias Jr.
Após o primeiro single
e um EP auto-intitulado, o quinteto formado por Vitor Rodrigues (vocal), Cesar
Covero (guitarra), Renato De Luccas (guitarra), Bruno Pompeo (baixo) e Edu
Nicolini (bateria) está prestes a dar o grande e definitivo passo para a
consolidação de sua carreira. Num evento destinado para a imprensa e
convidados, a banda promoveu a audição de seu primeiro álbum, "Mandu".
Conceitual, o trabalho conta a história de
Mandu Ladino, índio que vivei no século 18 e que liderou até a morte a invasão
de suas terras (hoje conhecidas como o estado do Piauí) e a extinção do povo
indígena.
A audição, marcada para
às 20h no Norcal Estúdios, localizado na região de Pinheiros (São Paulo) contou
com um bom número de veículos de imprensa. Após um tempo para que todos
chegassem, a banda e o produtor do álbum, Brendan Duffrey nos encaminhou para
uma sala para ouvir o petardo.
Antes de dizer as
primeiras impressões sobre o disco, vale a pena dizer que todos os integrantes
estavam muito felizes com esse momento, em especial o Vitor Rodrigues, que após
sua saída da Torture Squad foi encorajado a continuar o legado por meio de um
novo grupo. E felizmente arranjou os caras certos para isso, pois são músicos
que figuram ou figuraram em grandes e promissores nomes da cena brasileira,
como Endrah, Nervochaos, Exhortation, Nitrominds, Agression Tales, entre
outros.
Após todos se acomodarem na sala, a minha mais que humilde conclusão é
que "Mandu" não apenas figurará na lista de melhores trabalhos, mas sim como uma das
mais sucedidas estreias em CD da história, repetindo o que bandas como Shaman,
Angra e Zero Vision fizeram décadas atrás. Impressão que começa com a capa,
feita pelo polonês Raf the Might, que fez artes para caras como Slayer e
Metallica.
E isso tem dois
porquês:
1. Brendan disse que quis fazer um trabalho
mais orgânico, com um jeitão Thrash americano dos anos 80. De fato, há muita
coisa desse período no trabalho, mas com uma produção fresca e jovial, que
mostra com clareza todos os detalhes das canções, em especial a dinâmica das
guitarras, que é de impressionar mesmo e a bateria, que de longe, é o melhor
trabalho feito por Edu Nicolini.
2. Junto com a mistura bem feita de Death, Thrash, Metal Tradicional e Grooves, o conceito lírico está muito bem conectado
com a parte instrumental, fazendo com que o ouvinte, mesmo não sabendo do que o
disco fala, se idenficará com os climas presentes na obra, que vão desde os
combates que vem a mente com Warpath e as tensas discussões imaginadas em
Mandú, cujo refrão tem tudo para ser cantado pelos fãs, assim como a forte e
instigante Warpath.
Após a audição foi o
tempo de fotos e um bate papo descontraído com banda e produtor, que se mostraram
solícitos com todos os presentes, com brindes para os convidados e muita
conversa, tanto que os últimos saíram do estúdio já eram mais de meia-noite,
mesmo se tratando de uma terça-feira gelada. Sem mais delongas, uma
noite histórica, em que valeu a pena ter cruzado a cidade para conferir a
audição de "Mandu", que estará disponível para audição a partir do dia 10/06 no
site da banda e a versão física no fim do primeiro semestre, via Die Hard
Records.
Como sei que alguns
puristas perguntarão em comparação ao Torture Squad, só me resta dizer que os
fãs agora estão com duas excelentes bandas.
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