Show: Forceps, Napalm Death e Hatebreed
Local: Circo Voador / RJ
Horário: 20:00hrs
Dia: 26/09/2014
Texto: Augusto Hunter
Fotos: Daniel Croce
Revisão: Flávia Pais
E mais uma vez o Cristo Redentor
está de braços abertos para receber um dos eventos mais aguardados por muitos:
o grande encontro entre dois grandes nomes do cenário, em uma única noite. Uma
sexta feira que ficou na memória de muitos que ali estavam pois, ver em uma
porrada só, os “Grindfathers” do Napalm Death e o Hardcore do Hatebreed é chance única.
O Circo Voador, mais uma vez recebendo
todos os bangers, “core boys” e “grinders”, noite que ao ter seus portões
abertos e as luzes do palco acesas, recebeu a todos com o incrível show do
Forceps, banda carioca de Death Metal, que ficou encarregada de começar os
trabalhos daquela noite. E eles não decepcionaram! Mostraram por que muitas
bandas do Rio de Janeiro estão cada vez mais em evidência no país e também no
mundo. Profissionalismo, qualidade musical e um show destruidor, com tocando
sons de seus EP´s e do vindouro “Humanicide”. Destaco a voz de Doug Murdoch,
que vem melhorando em cada concerto que vejo da banda. Começamos assim nossa
maratona de shows daquela noite.
Depois de um certo tempo
desmontando o palco e coisas do tipo, invadem o palco do Circo Voador, de forma
impetuosa, os ingleses do Napalm Death que já entram em palco arregaçando tudo,
com músicas do seu último disco “Utilitarian”, descendo a mamona, mostrando que
mesmo depois de 30 anos eles ainda tem um caldo muito denso a ser liberado ao
mundo e, se é pra falar de “Grindcore”, temos que começar com Napalm Death.
Show rolando. Vamos destacar uma sequência que é “covardia” sonora - isso sem
desconsiderar o show completo, pois sempre foi e sempre será assim - mas,
“Unchallenged Hate + Suffer The Children + When All Said Is Done” são
executadas exatamente nessa ordem e, meus amigos: não tem como ficar pedra
sobre pedra!
E ainda viria uma sequência de sons, vindo diretamente de “Scum”,
o revolucionário primeiro disco da banda, onde não se encontra mais nenhum
integrante que gravou esse petardo. O membro mais antigo, o inigualável Shane
Emburry, não estava ali naquele momento. “Scum, Life, Deceiver e The Kill”
foram tocadas e quem piscou, perdeu “You Suffer”. Muitos, para ser mais exato,
perderam essa. Para fechar o show, um lindo recado, em forma de ‘cover’, é dado
pela banda pois, “Nazi Punks Fuck Off” do Dead Kennedys, é tocada e sempre bem
recebida. Acho o nome da música alto explicativo, certo e pra fechar o show
deles, “Siege Of Power”, incrível e sensacional como sempre. Agora vamos
respirar e descansar pois ainda temos o Hardcore do Hatebreed por vir.
Aquele momento de dar uma volta,
ver e encontrar os amigos, tirar uma foto com o Mark “Barney” Greenaway, que
foi até o público pra fazer isso (consegui a minha!), conversar e, como um soco
direto em nossa cara, Jamey Jasta e sua turma vem com tudo! “Straight To Your
Face” abriram as celebrações naquele momento. Confesso! Fui pego de surpresa e
saí correndo para o ‘moshpit’ ensandecido. Como não ficar assim com uma abertura
dessas? Cara! Com a clássica simpatia que Jasta e toda a sua banda tem em
palco, grandes músicas foram executadas como: “This Is Now”, “As Diehard As
They Come”, “Doomsayer” e também, as do novo álbum “The Divinity Of Purpose”
como “Honor Never Dies” e “Indivisible”.
E eles ainda guardavam mais
coisas. Em determinado momento, um fã tenta chegar mais próximo à banda e vem
um dos seguranças, dando mancada de fazer alguma coisa com ele. Na hora, Jasta
para de cantar e descarrega todo o ódio em cima do cara, mandando ele sair da
frente do palco porque “nenhum ser humano pode machucar um fã meu e ficar
ileso”. Exatamente assim!
Após o incidente, uma merecida
homenagem a Jeff Hanneman (falecido guitarrista do Slayer). Eles mandam, direto
do álbum de covers “For The Lions” “Ghosts Of War”, numa versão bem nervosa,
diga-se de passagem. E vamos com mais clássicos! “Proven”, “Smash Your
Enemies”, “Facing What Consumes You” não deixaram em nenhum momento a peteca
cair; e mesmo que o público estivesse dando algum sinal de cansaço, essas
músicas vinham como uma carga extra de energia, que não deixava o ‘moshpit’
parado sequer uma vez.
Foi lindo.
Foi lindo.
Para fechar a noite, a banda
tocou “I Will Be Heard” e “Destroy Everything” e assim, Jasta e companhia, se
despedem do Circo Voador, deixando um gosto de ‘quero mais’ no público e também a certeza de que mesmo com toda a
virada que o mercado possa dar, e que muitos aquela noite não concordaram com o
fato do Napalm Death estar abrindo para o Hatebreed, o que fica é: não importa
quem é maior que alguém, importa sim a qualidade do show que ali foi
apresentado e as bandas, nesse ponto, deram grandes aulas.
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