segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Live Shit: Napalm Death e Hatebreed - O Circle Pit Redentor!

Show: Forceps, Napalm Death e Hatebreed
Local: Circo Voador / RJ
Horário: 20:00hrs
Dia: 26/09/2014
Texto: Augusto Hunter
Fotos: Daniel Croce
Revisão: Flávia Pais

E mais uma vez o Cristo Redentor está de braços abertos para receber um dos eventos mais aguardados por muitos: o grande encontro entre dois grandes nomes do cenário, em uma única noite. Uma sexta feira que ficou na memória de muitos que ali estavam pois, ver em uma porrada só, os “Grindfathers” do Napalm Death e o Hardcore do Hatebreed é  chance única.


O Circo Voador, mais uma vez recebendo todos os bangers, “core boys” e “grinders”, noite que ao ter seus portões abertos e as luzes do palco acesas, recebeu a todos com o incrível show do Forceps, banda carioca de Death Metal, que ficou encarregada de começar os trabalhos daquela noite. E eles não decepcionaram! Mostraram por que muitas bandas do Rio de Janeiro estão cada vez mais em evidência no país e também no mundo. Profissionalismo, qualidade musical e um show destruidor, com tocando sons de seus EP´s e do vindouro “Humanicide”. Destaco a voz de Doug Murdoch, que vem melhorando em cada concerto que vejo da banda. Começamos assim nossa maratona de shows daquela noite.


Depois de um certo tempo desmontando o palco e coisas do tipo, invadem o palco do Circo Voador, de forma impetuosa, os ingleses do Napalm Death que já entram em palco arregaçando tudo, com músicas do seu último disco “Utilitarian”, descendo a mamona, mostrando que mesmo depois de 30 anos eles ainda tem um caldo muito denso a ser liberado ao mundo e, se é pra falar de “Grindcore”, temos que começar com Napalm Death. Show rolando. Vamos destacar uma sequência que é “covardia” sonora - isso sem desconsiderar o show completo, pois sempre foi e sempre será assim - mas, “Unchallenged Hate + Suffer The Children + When All Said Is Done” são executadas exatamente nessa ordem e, meus amigos: não tem como ficar pedra sobre pedra! 


E ainda viria uma sequência de sons, vindo diretamente de “Scum”, o revolucionário primeiro disco da banda, onde não se encontra mais nenhum integrante que gravou esse petardo. O membro mais antigo, o inigualável Shane Emburry, não estava ali naquele momento. “Scum, Life, Deceiver e The Kill” foram tocadas e quem piscou, perdeu “You Suffer”. Muitos, para ser mais exato, perderam essa. Para fechar o show, um lindo recado, em forma de ‘cover’, é dado pela banda pois, “Nazi Punks Fuck Off” do Dead Kennedys, é tocada e sempre bem recebida. Acho o nome da música alto explicativo, certo e pra fechar o show deles, “Siege Of Power”, incrível e sensacional como sempre. Agora vamos respirar e descansar pois ainda temos o Hardcore do Hatebreed por vir.


Aquele momento de dar uma volta, ver e encontrar os amigos, tirar uma foto com o Mark “Barney” Greenaway, que foi até o público pra fazer isso (consegui a minha!), conversar e, como um soco direto em nossa cara, Jamey Jasta e sua turma vem com tudo! “Straight To Your Face” abriram as celebrações naquele momento. Confesso! Fui pego de surpresa e saí correndo para o ‘moshpit’ ensandecido. Como não ficar assim com uma abertura dessas? Cara! Com a clássica simpatia que Jasta e toda a sua banda tem em palco, grandes músicas foram executadas como: “This Is Now”, “As Diehard As They Come”, “Doomsayer” e também, as do novo álbum “The Divinity Of Purpose” como “Honor Never Dies” e “Indivisible”.


E eles ainda guardavam mais coisas. Em determinado momento, um fã tenta chegar mais próximo à banda e vem um dos seguranças, dando mancada de fazer alguma coisa com ele. Na hora, Jasta para de cantar e descarrega todo o ódio em cima do cara, mandando ele sair da frente do palco porque “nenhum ser humano pode machucar um fã meu e ficar ileso”. Exatamente assim!

Após o incidente, uma merecida homenagem a Jeff Hanneman (falecido guitarrista do Slayer). Eles mandam, direto do álbum de covers “For The Lions” “Ghosts Of War”, numa versão bem nervosa, diga-se de passagem. E vamos com mais clássicos! “Proven”, “Smash Your Enemies”, “Facing What Consumes You” não deixaram em nenhum momento a peteca cair; e mesmo que o público estivesse dando algum sinal de cansaço, essas músicas vinham como uma carga extra de energia, que não deixava o ‘moshpit’ parado sequer uma vez.
Foi lindo.


Para fechar a noite, a banda tocou “I Will Be Heard” e “Destroy Everything” e assim, Jasta e companhia, se despedem do Circo Voador, deixando um gosto de ‘quero mais’ no público e  também a certeza de que mesmo com toda a virada que o mercado possa dar, e que muitos aquela noite não concordaram com o fato do Napalm Death estar abrindo para o Hatebreed, o que fica é: não importa quem é maior que alguém, importa sim a qualidade do show que ali foi apresentado e as bandas, nesse ponto, deram grandes aulas.

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