Por Pedro Humangous
Quando resenhei o EP da banda
Kliav, já via que a banda tinha enorme potencial. O grupo trazia algo diferente
em seu som, experimentações pouco usadas por bandas brasileiras. Depois de um
tempo sumidos, finalmente retornam com seu primeiro disco completo,
autointitulado. A mistureba e os experimentalismos continuam em alta, com
composições bastante variadas, trazendo diversos momentos e sensações
diferentes dentro da mesma música – ora fica lenta com vocais sussurrados, ora
fica nervosa e veloz. Eu diria que seu estilo é impossível de se rotular, mas o
que mais se aproxima é o Nu Metal – em vários momentos lembra Korn, Slipknot e
Ill Nino (antigo). Existe ainda uma pitada de Thrash moderno e Metalcore,
trazendo à memória nomes como Claustrofobia e Project 46. O mais legal aqui é
que conseguiram dar aquela energia e a cara do Metal brasileiro, não sei
explicar muito bem como é isso, mas você ouvindo sente logo de cara – aquela
essência de Sepultura e Soulfly. A gravação ficou animal, impactante, com
timbres muito bem escolhidos, condizentes com o estilo – destaque para o som
que tiraram da bateria. Os breakdowns estão por toda a parte e são de arrancar
a cabeça do pescoço – “Can You Hide” por exemplo já começa à todo vapor! Os
vocais de Theago Liddell são sufocantes, cavernosos, mesclando bem o rasgado e
o gutural, fora a variação quando resolve cantar mais limpo/sussurrado. Os
destaques vão para “São Paulo É Ódio” cantada em português e vomitando toda sua
ira, com uma letra incrível – aliás, deveriam seguir mais nessa linha, ficou
muito bom! Outra que merece destaque é “Bullet Time”, já conhecida do público
que acompanha a banda, uma música com ótima construção, riffs e refrão
viciantes! A única coisa que podia ter sido mais bem trabalhada foi a direção
de arte, o álbum merecia uma arte melhor para a capa. Um belíssimo álbum de
estreia, continuo apostando minhas fichas nesses caras, que tem muito a crescer
ainda! Nota: 8,5
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